sábado, 22 de janeiro de 2011

PORTUGAL EM POSTAL

O Polícia não policia
O Juíz não julga, adia
O médico não aparece
Ai de alguém se adoece
O professor deixa andar
Há cursos para comprar
A funcionária mete baixa
Dependura-se na caixa
O jovem não sai da cama
Habituado cedo à mama
Mas mantém-se bem nutrido
Com o rendimento garantido
Enquanto os velhos doentes
São deixados pelos parentes
Anda vaidoso o patrão
Porque tem sempre razão
Na directa proporção
Do poder e do bastão
Nada vende o vendedor
Não produz o lavrador
Não tem barco o pescador
No meio de tanta asneira
Engorda a gasolineira
E também o chico esperto
À custa do amigo certo
É neste triste cenário
Que o governo mercenário
Diz que a crise pula e avança
e lhe ataca a finança
Mas por loucos desatinos
Comprou dois submarinos
E fez mais uma auto-estrada
Para aumentar a trapalhada
Agora não tem dinheiro
Nem para o amigo empreiteiro
Lança o peão rapa e tira
Sempre com o povo na mira

Eu não sou inteligente
Nem tenho o dom do Aleixo
Mas na cabeça da gente
Está o mal de que me queixo

Sem comentários:

Enviar um comentário