sexta-feira, 26 de julho de 2013

MARCADOS


- Ó maria, o bom sucesso já era
- Ó manel, o da ribeira está como há-de ir
- Ó maria, o covelo ficou bera
- Ó manel, o do bolhão está a cair

Conclusão, aos mercados não podemos ir.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

SALDAÇÃO NACIONAL



- Agora sim, estamos no rumo da recuperação
- Vamos, finalmente, valorizar o que é nosso
- E vamos aumentar a nossa riqueza
- O que é preciso é pôr os gajos certos nos lugares certos
- Tens razão, ricardo
- E influências, mota
- Chama os outros parceiros para fazermos uma parceria, digo, um brinde
- Ó azevedo, ó fernando, ó isabel, ó mexia, vamos brindar
- Já nasceu a criança?
- Já.
- Foi de parto normal
- Não. Foi por portas travessas.

domingo, 21 de julho de 2013

DAR UNS TOQUES


Já passou dos cinquenta
Que é a idade, por sinal
Em que a próstata apoquenta
E pede o toque rectal

Lá teve de ir sapião
Para o exame delicado
Sem boa disposição
E com o cu muito apertado

O doutor tinha mestria
Sabia escarafunchar
Prometeu que não doía
Para o sapião sossegar

E cumpriu o prometido
Tocou, mas sem estragar
Pediu depois, encarecido
Para o sapião lá voltar

E sapião regressou
Para mais toques no cu
Bela amizade brotou
Até se tratam por tu

Corre bem e de feição
Num intercâmbio sem dor
Pois que agora sapião
Já faz o toque ao doutor

sábado, 20 de julho de 2013

SELVAGEM E PERIGOSO



- Cagarra, cagarra qué ladrão!
Gritou a ave das selvagens assim que o avistou

- Ó maria, tens a certeza?
- A certeza de quê, níbal?
- Que as cagarras não me vão cagarr?

- Ó maria, não gosto desta ilha
- Porquê, níbal?
- Não tem palmeiras, não tem bolo rei e o Sol...
- Que tem o Sol?
- Boliqueima...

- Ó níbal, eu não te disse?
- Não me disseste o quê, maria?
- Isto aqui é tão calmo que nem precisas de seguro

- Ó maria, afinal gosto disto
- Porquê, níbal?
- Não tem "cidadões"
- E "depões"?
- Não há manifestações
- Nem confusões
- "Pões"...

- Ó níbal?
- Que queres, maria?
- Faz de conta que és o Clark Gable e dá-me um beijo à artista
- Ó maria, sentes-te bem?
- Ó níbal, sinto-me selvagem
- Porra! Antes tivéssemos ido para Porto Santo.

SALIVAÇÃO NACIONAL


- Estimado cliente, em que lhe posso ser útil?
- Eu desejava a salvação
- Nacional ou internacional?
- Há salvação internacional?
- Há. Para os que emigram
- Mas a mim, convém-me ficar
- O estimado cliente pretende, então, a salvação nacional
- E acha que a posso alcançar?
- Com certeza. Que tipo de salvação deseja?
- Dava-me jeito uma com um cursito superior rápido, meia dúzia de pessoas influentes que me ponham num cargo governativo jeitoso, onde possa ajudar essas pessoas influentes mais uns amigos que eu tenho
- Estimado cliente, essa é uma salvação perfeita
- Acha?
- E recupera o investimento que vai fazer num instante
- Como?
- Com os lucros da austeridade que lhes vai impor
- Eles aceitarão ainda mais austeridade?
- Claro. Desde que lhes façamos ver que é para a "sua" salvação
- "Sua" deles ou "sua" minha?
- "Sua" sua, à custa deles
- E se voltar a não resultar?
- Aí, o estimado cliente vai bater à porta dos amigos que ajudou enquanto esteve no governo. Costumam ser muito generosos.
- Ora, é isso mesmo. E quanto me custa essa salvação?
- Tenho de lhe confessar que é cara
- Cara?
- Dada a complexidade da sua implementação
- Qual complexidade?
- Acha que é fácil convencê-los de que os que os enterraram antes são agora os que os vão salvar?

quarta-feira, 17 de julho de 2013

ABRAM COMPORTAS



Ó portas que não te importas
Com a tua reputação
Tu sabes bem como entortas
Esta já torta nação

E há quem te siga os passos
No teu jeito alternadeiro
Disfarçando os embaraços
Para se manter no poleiro

Mas olha que neste mundo
Ainda há gente com tino
Que te vai mandar para o fundo
Atado a um submarino

segunda-feira, 8 de julho de 2013

DESCULPE, SIM?



Há quase 40 anos foi feita uma revolução contra um regime político. Em boa hora. Depois veio a globalização, acabou com os regimes políticos e subjugou tudo ao poder do dinheiro. Por isso, agora é preciso fazer uma revolução contra esse poder. E é preciso porque as pessoas são mais importantes do que o dinheiro, embora algumas ainda não tenham percebido isso.

- Ó amigo, ainda bai demorar muito a acavar a palestra? É cassim num cunsigo oubir quem é o próximo a sair do vig vrader.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

CATRAPAU (LO)


Era uma vez um menino mau 
Que sonhava com um grande pilau
Um dia o menino teve um tau
Foi ter com outro menino que tinha o maior pilau
E disse-lhe com ar de mau:
- Quero o teu pilau!
- O outro zangado agarrou-se a um varapau
Mas o menino mau não desarmou e subiu um degrau
- Ou me dás o teu pau ou xau
- O outro respondeu: - Tás é armado em carapau
Ainda apareceu um senhor que lhes pediu, com ar de calhau:
- Apertem lá o bacalhau
Mas os meninos continuaram agarrados ao pilau
Sem se importarem com o chimbalau
Os amigos aflitos a perderem cacau
Não gostaram da briga e deram-lhes tatau
E assim acabou a história com um coelho a fazer miau

Uau!

terça-feira, 2 de julho de 2013

PORTAS? ZÓ AS DO TASCO


Com boza lizenza, num percevo nada disdo. Quer-se dizer, um home endra no dasco cu goberno gumpleto e quando zai faltam dois. A seguir bolda a endrar no dasco e quando zai já faldam mais dois. Num se faz. Eu zou dagueles que só veve guando há estavilidade gobernatiba. Quando num há, fico de dal maneira breogupado que zou ovrigado a vover pa esguezer. Aos que dizem gue avuzo eu respondo gue num é borgue queira. É por gausa dos nerbos. E mais; vevo a minha pinga, zim zenhora, mas guem anda a cair zão eles. Mai nada.

Zaudazões binhateiras e bagaçais deste bosso

Manel Bezaina