segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Levantou-se depois da hora
Com o sono urinou por fora
Ensaboou-se, faltou a água 
Limpou-se à própria mágoa
Calçou um sapato de cada cor
Não apertou um atacador
Guardou a carteira no casaco
Mas o bolso tinha um buraco 
O carro pegou de empurrão.
Mais uma consumição.
Foi logo abaixo a seguir.
O que estaria ainda para vir!
Foi a pé, tropeçou no atacador
Caiu no chão, sentiu dor
Pediu ajuda a Cristo
que mal fizera para merecer isto!
Do céu veio um sinal feio
Uma gaivota acertou-lhe em cheio
Chegou outra vez atrasado
Com o azar de braço dado
Aturou o chefe Mota
Que não tirava os olhos da caca da gaivota
De tanto calvário enfrentar
Não se conseguiu concentrar
Trocou nomes, números, moradas,
E fez outras trapalhadas 
No fim do dia aziago
Sentiu-se muito agoniado
Mas ainda aguentaria
Ir à tabacaria
Preencher o euromilhões
Alimentar ilusões
Procurar enfim a sorte

Que fugia do seu Norte
Mas a chave não era aquela
E veio outra vez a gaivota e acertou-lhe na lapela

Sem comentários:

Enviar um comentário