segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

É RELATIVO

Os dedos atacavam impiedosamente as teclas. O corpo parecia tomado por espasmos. O rodopio da cabeça atirava-lhe o cabelo em todas direcções. A entrega era absoluta mas o piano teimava em notas desconexas. Amava a música acima de tudo mas não era correspondido. A vida tinha-lhe desferido a maior das facadas. Faltava-lhe o talento. Todo o seu empenho ao longo de anos servira apenas para rasgar mais essa ferida. Nunca seria ninguém. Desistia ali. No dia seguinte foi inscrever-se num Curso de que lhe haviam falado. Física ou Matemáticas Aplicadas, já não se lembrava bem. Pouco lhe importava, apenas precisava de assegurar a subsistência. Preencheu o formulário de matrícula e entregou-o no pequeno guichet da entrada. A funcionária pediu-lhe pelo nome. A resposta foi mecânica:
- Albert...Einstein.

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