sábado, 1 de setembro de 2012

SEM PINGO DE BERGONHA



- É o que te digo filha, uma migera sem bergonha. Só quer alourar a pubide e andar na boa biela. Uma bez, o senhor me perdoe, até soltei o meu nero para le ferrar mas ela largou a cadela e eu nunca mais os bi. Só aparecero no dia seguinte, munto juntinhos e foi o cabo dos trabalhos pós separar. É o amor. Eu, com medo cu meu nero biesse cuma carga de pulguedo, dei-le um banhito com soda caustica que o pôs um brinco. Ficou tão cuntente coa labadela que até começou a esfregar-se todo no chão e a dar estreçeguões com as patitas, como naquelas danças modernas. Debe ter aprendido na trobisão, num sei. Agora bou ter que ficar por aqui filha, que tenho os meus amigos criatibos à espera. Bota uma mantinha pelas costas que tá fresco e num te esqueças de logo ber o Rambo. Não filha, num é o 3, é o 4 que inda é milhor. Bais ber como aprendes a dar uns croques balentes.
Meus amigos, estaba aqui ao telefone com a minha amiga arlete, a falar da berta. É o estepor duma bizinha que eu tenho. Tão amigos que eramos dela, eu mais o meu toino e foi-se a ber, saiu uma bíbora. Um domingo bateu-nos à porta toda esgrobiada a dizer que tinha a canalização rota. A da cozinha. Apanhou o meu toino a praticar o disporto faborito dele; a obrar e a ler o notícias. Por acaso o meu nero tamém gosta de praticar o mesmo desporto; só que num lê o notícias. Lá tebe de ir o meu toino cum dois sacos cheios mais o maçarico ó dependuro para casa dela, botar-le um pingo de solda. Inda o bi na janela da cozinha dela a acender o maçarico. Depois fui para dentro e quando bim cá fora botar o chinó do toino a corar é que topei tudo. Enquanto o meu toino estaba na cozinha dela a tapar-le o buraco, a desabergonhada estaba no quarto ao lado, na brelaitada cum careca. E ainda por cima o careca tinha uns sapatinhos brancos e umas meias pretas, iguaizinhas às do meu toino. A páginas tantas o careca bestiu-se de super home, mas só da cinta para cima, subiu ao cimo do guarda bestidos e mandou-se. Num debe ter acertado que foi cá um estrondo que até me estremeceu as paredes da casa. Agora que estou a falar nisto lembra-me cu meu toino tamém gostaba de se bestir de super home. Lá está, os homes são todos iguais. Com uma diferença; o meu toino tiraba sempre os sapatinhos e ficaba em queturnos. Para poupar. Depois deixei de ber o careca mas ainda bi a cabeça da berta na janela, para cima e para baixo um bom bocado. Quer dizer, depois daquilo tudo, a matrafona ainda se pôs a fazer flexões. Parece impossíbel! O meu toino, tadito, chigou-me a casa feito num molhinho e cum braço ó peito. Disse-me que foi do caímento. Da tubage. O que me quilhou mais foi que no fim, a galdéria nem obrigado disse. O meu toino, tadito, fartou-se de me pedir para lá ir botar-le outro pingo de solda, mas eu nunca mais deixei. Era o que faltaba, deixá-la andar a brincar com a boa buntade dos outros.

Fico-me por aqui, meus amigos. Tende cuidado cu a bizinhança e num bos esqueceis de ber o rambo que é munto educatibo.

Recebei beijos repenicados desta bossa Olímpia.

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