quarta-feira, 1 de agosto de 2012

VIOLÊNCIA CASEIRA



- Coscuvilheira!
- Matreco!
- Andas a cuscar-me o computador
- Porque andas sempre a espumar-te
- Eu a sustentar-te e tu a chagar-me. Vai mas é trabalhar
- Trabalhar? E tu que fazes?
- Aturo-te que já não é pouco
- Se não fosse eu ainda andavas metido com más companhias
- Ó mulher, põe-te ao fresco e deixa-me caminhar
- Se caminhas a mim o deves
- A ti?
- Sim! Fui eu que te dei essa passadeira
- Pois foste. Com o meu dinheiro
- Não. Com o dinheiro que tirei a tempo daquele banco
- Não metas os meus amigos ao barulho
- Amigos? Chulos queres tu dizer
- Ó mulher, não me irrites
- Cala-te que só dás trabalho
No preciso momento em que o homem se preparava para atirar o código laboral à cabeça da mulher, irrompeu na sala o assessor de imprensa. Com uma fatia de bolo rei e uma revista de moda conseguiu acalmar os ânimos. Aos poucos a paz social voltou a reinar no palácio de Belém. Pelo menos aparentemente.

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