segunda-feira, 27 de agosto de 2012

TENDE FÉ NA OLÍMPIA


Num percebo nada disto. Tinha as hortênsias que eram um regalo e de um dia pó outro apagaro-se. Estão mais murchas cu sinhor doutor siguro dos socialistas. Bem, bou à missa e aprobeito para pedir por elas.
Antigamente quando ia à missa lebaba sempre o meu toino. Ele num era munto dado à igreja mas eu dizia-le:
- Toino, se sou milher para te tratar das cuecas e dos queturnos, tamém sou milher para te tratar da alma.
Iamos à missa das sete porque o sinhor padre tobias fazia umas homilias lindas. Dizia marabilhas da eba e dizia que era parecido cu adão porque tamém gostaba munto de fruta. O sinhor padre esticaba-se um bocadinho no tempo e o meu toino num apreciaba. Por isso enquanto duraba a homília oubia o relato, baixinho. Uma ocasião o sinhor padre tobias chegou a meio da homilia e perguntou:
- Quando cristo entrou no templo e biu os bendilhões, sabeis bós o que gritou?
- GUUUOOOOOOLO! Respondeu o meu toino. O sinhor padre num se descoseu e até perguntou quem tinha marcado, mas eu pelo sim pelo não, nunca mais o deixei oubir o relato. Daí pá frente mal o sinhor padre pegaba nos papéis, o meu toino batia logo uma roncada. Só que ressonaba tão alto que parecia a betoneira do quim trolha e até oube gente que pensou que a igreja andaba em obras.
A seguir à homilia cantábamos " O senhor é nosso irmão". Era lindo porque eu mais as minhas bizinhas faziamos um coro de categoria. Habia até quem achasse que cantabamos melhor cus super dragões, por aí já podeis ber. Uma bez, quando chegamos à parte do " Ò sana nas alturas " tibemos um percalço. A zira mamuda chamou a potência máxima à goela, rebentou-lhe os colchetes do setiãe e o peitinho saltou-le todo cá para fora. O meu toino meteu-le logo as mâos pá cumpôr. Tinha um coração de ouro, o meu toino. Sempre pronto a ajudar. A seguir foi o senhor padre tobias que tebe um percalço. Cresceu-le a batina pá frente, enganxou-se-le numa farpa do altar e nunca mais se desprendeu. Debe-le ter inchado a barriga dos gases. Tibemos de o tirar de dentro da batina e a seguir deu a comunhão em ciroulas. Num desfazendo, o sinhor padre tobias tinha umas ciroulas munto engraçadas. Eram todas ós corações pequeninos e na carcela diziam em letras grandes HÁ QUE TER FÉ. Por acaso reparei que quando chigou a bez da zira comungar, a fé do sinhor padre tobias cresceu bastante. Às tantas o problema da batina num debe ter sido só gases.

Recebei beijinhos crentes desta bossa amiga.

Ó nero, se te apanho outra bez a mijar-me as hortênsias, o senhor me perdoe, dou-te um biqueiro na fé que até andas de lado!

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