sábado, 3 de dezembro de 2011

ROUBALIZAÇÃO


A noite caíra como lhe convinha. Sem lua, sem estrelas e sem frio, que a neve teimava em adiar a chegada. O silêncio pesado deu-lhe o sinal. Folgou o cinto, tomou as rédeas e ordenou a partida. O trenó andou toda a noite num corropio de chaminés e de sacos a encher e a despejar. Só parou com o raiar da aurora. O que se seguiu foi um choro do tamanho do mundo. Não restava uma única prenda numa única casa. Algures, o pai natal entregava-as aos credores já devidamente arrumadas por lotes. Dívidas de jogo.

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