sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

CONTO DE NATALIDADE


Era uma vez um pen. Um pen que caminhava para o seu destino. A jornada era longa mas ele estava determinado. Era dos tesos. Tinha corrido mundo. Conhecera belas paragens mas também lugares escuros, esconsos, mal frequentados. Aprendera muito. Já não era buliçoso, irrequieto e traquinas. Pautava-se antes pela discrição. Ao contrário dos gabarolas que, as mais das vezes, acabavam atrofiados em sacos de borracha, ele apostava na eficácia. Não que um elogio não o fizesse inchar mas já não lhe subia à cabeça. Lembrava-se bem das trilhadelas da vida e sobretudo do dia em que quase foi asfixiado por um fecho-ecler austero. Finalmente chegou. Enrugado mas em forma, bateu à porta. Não o deixaram entrar. Disseram-lhe que já não precisavam dele porque a senhora ia dar à luz, virgem. Como? Perguntou indignado. Responderam-lhe que fora milagre. Visivelmente agastado o pen pendurou o saco e iniciou o caminho de volta. Não sem antes lhes responder à letra: - Vocês não interessam nem ao menino!

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