sexta-feira, 13 de julho de 2012

SEXTA 13 NO ZSA ZSA



Vinha ele a passear
Naquele jeito gingão
Passou-lhe mesmo a rasar
A roda de um camião

Mais à frente foi um vaso
Que caiu da cumeeira
Uma vez mais o acaso
Travou-lhe o passo e o atraso
Salvou-lhe a querida moleira

Prosseguiu com confiança
Bateu sem ver numa escada
Caiu um homem de pança
E ele nem deu por nada

Baixou-se para apanhar
Uma moeda do chão
Sem querer fez tropeçar
A dona de um grande cão

Saltou-lhe o bicho, danado
Com ar feroz e viril
Mas antes foi apanhado
Pelo homem do canil

Estalou forte desordem
Foi tremenda a barulheira
A dona ferrou no homem
E o cão deu-lhe com a carteira

Tinha sorte, há que dizê-lo
Mas nem disso ele sabia
Escapava por um pelo
E o azar é que perdia

Mas um dia de repente
Foi fintado pelo destino
A vida ficou diferente
Começou num desatino

O azar sempre aziago
Parecia o pago da sorte
Mas em dobro, cum carago
Era azar de grande porte

Meteu-se o pobre coitado
A matutar na desdita
Não conhecia culpado
Para sina tão maldita

O trevo foi sempre amigo
E bem assim a ferradura
Afastaram-no do perigo
Serviram-lhe de armadura

Não perdeu os amuletos
Não partiu nenhum espelho
Ou eram os gatos pretos
Ou a pata do coelho

Mas eis que tudo mudou
Pela mão da lotaria
Pensou que a sorte voltou
E não mais o traíria

Mas logo ficou gelado
Nem queria acreditar
O dinheiro foi levado
Por um imposto do gaspar

Como louco quis fugir
Não perdeu nem um instante
Correu sem ter para onde ir
Só parou num restaurante

O que viu criou-lhe espanto
Deixou-o desconfiado
Treze convivas a um canto
Com o azar por todo o lado

Mas em vez de ensombramento
Mau olhado ou bruxaria
Tudo parecia a contento
Reinava imensa alegria

Deslizou para a cozinha
E viu o céu do palato
Cresceu-lhe a fome que tinha
Encantou-se-lhe o olfacto

Eram tantas obras primas
E de qualidade tal
Que lhe apeteceu fazer rimas
Á Melinda e ao Antal

Foi à sala de jantar
E disse: - Que bom que está!
Responderam-lhe a brindar
Comer bem é no ZSA ZSA

Esta casa de eleição
É um justo caso à parte
Cozinha-se com o coração
Faz-se comida com arte

Afinal azar e sorte
Têm muito que se lhe diga
Mas o melhor é dar o mote
Depois de cheia a barriga

Restaurante ZSA ZSA Rua de Santo Ildefonso , 118/120 Porto

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