sábado, 16 de abril de 2011

LUSOFUGIAS

- Ó Libório, tá gostosa essa chiclétxe?
- Proque tu pregunta, Itapu?
- Porque cê tá mascando com a boca toda aberta.
- Eu tem de respirar, pá.
- Certo, mas é peciso etiqueta, irmão.
- Etiqueta? Como na rôpa?
- Não, etiqueta na maneira di falá, di comé. Por exemplo, cê fala palavrão?
- Paravrão? Qué isso? Paravra grande?
- Não Libório, palavra feia.
- Itapu, quando passa a mulher do Isaía que tem dente de cavalo eu digo a paravra: - feia.
- O que cê precisa é de classe, entendeu?
- Crasse? Só fui até à segunda e fartei. As letra e os numero incha a cabeça dum gajo, pá.
- Deixa. Cê come com as mão?
- Craro.
- Não devia. Comé de faca e garfo é que distingue a gentxe dos bicho, bolô?
- Ó Itapu, tu experimenta comé quarquer coisa com osso cuá faca e cu garfo e tu vai ver onde vai parar o osso, pá.
- Libório, é preciso níveu.
- Não, camba é preciso perna proque dá urtima vez o osso acertou no cabeça do gajo do lado.

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