sexta-feira, 1 de novembro de 2019

ESTAIS DE TODO



Ponderei não o fazer mas foi superior às minhas forças. Se há mal neste mundo que me trespassa é a injustiça e contra ela investirei sempre de pena afiada. Apontar o dedo é fácil, reconhecer valia nem tanto. Um homem trabalhador, esforçado e estudioso está a ser alvo de uma campanha difamatória. Esquecem-se os que difamam que foi num desses dias em que, regalados, gozavam o descanso domingueiro, que esse homem concluía de forma abnegada o seu primeiro curso superior. Esquecem-se os que difamam que, para aprofundar o seu saber, se sacrificou ao ponto de dar continuidade aos estudos longe do seu país, do seu lar e dos seus dossiers e outros papéis queridos. Esquecem-se os que difamam que o coração de ouro deste homem o impeliu a pedir emprestado para auxiliar necessitados e, sobretudo, necessitadas, com total desprendimento, movido por uma insuperável vontade de bem fazer. Esquecem-se finalmente os que difamam que este homem foi atraiçoado de forma vil pela própria memória, que o ataca sem tréguas na sua busca pela verdade, obrigando-o a terminar muitos dos seus esforços com um contrariado "não me lembro".
Ficai a saber, pecadores, que tantas atoardas, tantas falsidades, tanto apoucamento, terão a merecida punição no dia do juízo final até porque, eu próprio, já instruí devidamente o criador nesse sentido.
Voltarei para me bater pela justiça mas, por ora, vou andando porque, sou franco, não aprecio a medicação dos dois indivíduos de bata branca que ali vêem na minha direcção.

Pela justiça, nem que me cortem a...voz.

manuel marado da silva internado

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