quarta-feira, 6 de novembro de 2019
CATA O PAI NATAL
Digníssimo, prezadíssimo e nunca por demais osculado Pai Natal,
Não, desta vez não te irei decepcionar. Sei que o fiz no passado mas, por favor, tenta compreender. Todos me falavam nas pombas das meninas e eu que tenho um columbófilo dentro de mim, também queria uma. Muito bem estiveste em não me atender o pedido e ainda melhor na explicação profiláctica que me dispensaste. Foi assim que aprendi que o que até à data servia para pouco mais do que me causar inauditas trilhadelas nas trusses, era afinal o mais profícuo e genuíno alimento para pombas. Fiquei tão contente que me acerquei do meu progenitor e lhe expus de forma efusiva tal descoberta. Ele, porém, não me acompanhou no entusiasmo, alertando-me para o facto de, não raras vezes, quem proporciona o alimento ainda ter de pagar por cima. Confesso-te que não percebi bem o raciocínio mas fiquei com a impressão de que, em matéria columbófila, o meu pai tem o saber de experiência feito.
Para este ano, querido Pai Natal, o meu pedido é muito simples; quero um cateterismo. Não sei bem o que é, mas percebi que, se bem promovida, é coisa para inculcar estratégicos receios nos meus ascendentes a respeito da minha saúde. Ora, usando bem e a meu favor tal preocupação poderei direccioná-los para a obtenção de vantagens variadas, designadamente ao nível da diminuição das tarefas domésticas e do reforço em numerário no bolso, não vá o meu pai estar certo no que respeita a pagar para alimentar.
Quanto ao pedido que te dirigi o ano passado, podes votá-lo ao esquecimento porque o sr dr costa já mo atendeu. Retirou o lápis da orelha, realizou umas contas concisas mas plenas de aritmética e decidiu que a partir de agora ninguém chumba na escola. Que bom, assim até me vai sobrar tempo para alimentar um pombal.
Recebe um forte abraço extensivo às renas e ao trenó, deste que tanto te estima e se assina,
Nokas pombeiro
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