E se as indemnizações por rescisão de contratos de trabalho passassem de um milhão e meio para uns míseros quinhentos mil euros?
E se a polícia passasse só a controlar radares e abandonasse as ruas devido a uma súbita mas desde logo institucionalizada falta de meios?
E se o número de mortos e de feridos em acidentes passasse Portugal para a cauda da sinistralidade rodoviária da Europa?
E se o futebol passasse a ser mais mas muito mais importante do que a Saúde, a Justiça ou a Educação?
E se o povo num repente passasse de educado, esclarecido e sólidario a mesquinho, invejoso e abrutalhadamente egocêntrico?
E se o branqueamento dentário passasse a ser feito em dentes cariados?
E se todas as desculpas para não fazer, adiar ou fugir às responsabilidades passassem a ser substituídas pelas mesmas desculpas para não fazer, adiar ou fugir às responsabilidades a partir do próximo primeiro de Janeiro?
E se passassemos a acreditar que por mudarmos de um dia para outro dia tudo poderá melhorar embora sabendo que tudo se manterá na mesma ou poderá até piorar?
E se passássemos a ter um presidente que transformasse a República num big brother aquático/gourmet?
E se o governo passasse a estado grave e tivesse de ser levado para as urgências de um qualquer hospital e esperar 12 horas para ser acudido?
E se 2023 se demitisse?
E se uma canção voltasse a entoar "E depois do Adeus"?
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