sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

DUAS LÁGRIMAS DE ORVALHO


Por morrer uma andorinha não acaba a primavera mas hoje ficou sem cor. Lisboa já não é menina e moça, já se não vêem canoas no Tejo, o pregão só traz à porta tristeza e a estrela da tarde não voltará a brilhar. Chorai, chorai, poetas do meu país que o fado só se ouve nos gemidos das guitarras ou num silêncio sofrido dum verso do Ary. Os dias não passarão iguais aos dias que vão distantes e agora batem de dor tantos perfeitos corações.

Foi um homem na cidade

Que ao dizer adeus à vida 

Nos deixou o valor da liberdade

E nos deixou sós na despedida

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