sábado, 30 de janeiro de 2021

 


Zaudazões vinhadeiras a dodos os vazinados condra a àuga, zeus deribadoz e unidos à bipa em geral,


Esda vicheza é medonha digo-bos eu. Bejam lá gue me ovrigou a figar convinado no tasco do tone, a mim e à resdande rabaziada. Num bamos a caza bai pa 15 dias e zó zaímos pa fazer exerzízio de gurta durazão, gué guando agaba uma bipa e bamos busgar oudra. O resdo do dempo passamo-le-zio a fazer tesdes. Agora esdamos a tesdar um maduro dindo gue esgorrega gué um conzolo e deija zemelhande lastro gue adé nos altera as ideias. Eu, bor exemblo, achaba mal que se fechazem as esgolas e agora acho bem que num as avram. Tamém era condra o convinamendo, sobredudo bor alduras do naszimendo do messias que, num desfazendo, é uma binga de esdalo e agora zou dodalmende a favor. Tamém achaba gue os gimbras não debiam zer vazinados bara já e agora esdou gombledamende de agordo que sejam os brimeiros, sobredudo os gue têm mais de 80 mil anos gomo dize o zê doudor gabrita. Azim adé os cromagnons e os australopidegos bão ter de ir à pica gue bai zer um mimo.

Esde maduro dindo muda tando, mas tando as ideias gue, gá bara mim, é deste go nozo goberno anda a vuver.

E é azim, enguando o convinamendo durar noz por gá bamos condinuar a tesdar adé figarmos, belo menos, vem atesdados.


Fazei adenzão ò bicho e rezebei um avrazo à debida disdãncia deste vozo,


Zé ramadaz (avicionado de voas pomadaz)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

MILAGRE, MILAGRE!


Somos um povo crente que desde os primórdios viu na protecção divina a almofada para nos aconchegar a existência. 

Quando ganhamos batalhas ficamos eternamente gratos aos milagres de santos guerreiros que, por alturas das festas, fazemos sair à rua encavalitados em vistosos andores adornados por notas gordas.

Quando um tijolo mal seguro falha a nossa cabeça por uma unha negra aliviamos de imediato o susto na expressão "foi milagre". É também essa que utilizamos quando uma ponte sem manutenção desaba sem causar vítimas, quando a frente de um incêndio poupa uma aldeia à sua passagem ou quando, no último instante, nos desviamos de um carro depois de ignorarmos um sinal vermelho.

O convívio próximo com a realidade milagreira tornou-a de tal forma familiar que, no ano transacto, decidimos assumir a autoria e executamos aquele que ficou conhecido pelo milagre português da pandemia. Revelaram-se tão compensadores e duradouros os efeitos que pudemos desfrutar relaxadamente da praia, do natal e até da passagem do ano. O inesperado, porém, atravessou-se-nos no caminho; quando já sonhavamos com corsos carnavalescos e mesmo com o "vá para fora cá dentro" pascal, os efeitos cessaram precipitando-nos para a urgência de um novo milagre. Percebida a míngua do nosso engenho perante a gravidade da situação, convocamos as divindades que não nos acudiram. Sobrecarga de trabalho terá sido, por certo, o motivo. Em sofrido desespero lançamos um grito de auxílio para o mundo que foi ouvido pela Alemanha, um dos nossos maiores credores. Terá sido milagre?

sábado, 23 de janeiro de 2021

PANDEMIA DE DEMAGOGIA

 


Eu sou tão discriminado

Que até me chamam fascista

E ainda sou acusado

De ser xenófobo e racista


Os insultos não bastaram

E sofri um atentado

Com as chicletes que me lançaram

Quase morri soterrado


Sobrevivi, pois claro

À má fé desses garotos

Ensinou-me o bolsonaro

Que ser mártir dá muitos votos


Agora toco piano

De música percebo eu

Dança o preto e o cigano

Neste baile que é só meu


Mas não gosto de calões

Que vivem como mendigos

E que querem os milhões

Das contas dos meus amigos

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

 


Voas,


Podeis eskrebinhar o ke bos digo ké tiro e keda; nas próximas eleições bou botar no estikadinho liveral ké um mimo. Primeiros proke ele é kontra o kunfinamento e eu tamém. É ke num é nada, num é nada, já bai pa 9 meses ke tou kunfinado e só fiz um teste. O presidente fez testes a dar kum pau e anda por aí todo kontente, eu testei a porta do kofre do bizinho e fui logo kunfinado. Num é justo. 

O estikadinho é a favor do merkado libre e eu tamém. Se fossem todos komo ele eu num precisaba de andar ku negócio da brankinha às kostas a fugir da bófia e a mena, a minha garina, podia kuntinuar a atakar no pinhal. Agora a freguesia dela tá toda em kasa a entreter-se sózinha e ela, koitadinha, kom tudo fexado, só le resta ir à missa fazer uns parokianos. Ou entom ir òs komicios kela é uma mulher às direitas mas konbibe kom kualker um. Desde ke pague.


São tantas as saudades da minha mena ke até le bou fazer um poema,


Ò minha mena adorada

Ò luz do meu firmamento

Eu daba-te uma trankada

Mas tou no kunfinamento


Só tu me podes baler

Ò flor da minha terra

Vem depressa pa me ber

E traz kontigo uma serra


Se a serra não houver

Pode ser um pé de kabra

Uma gazua, uma kolher

Ou kualker koisa ke abra


Deste teu e bosso,

Kim da enjecçom (kontra o kunfinamento da naçom)

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

 


Ora voas a dodos os birologisdas, esbezialisdas e confinados à pinga em geral,


Isdo do vicho esdá a deijar-me danda mas danda borra nas ideias gue já tenho besadelos a marcelo, berdão, a martelo. Bejam lá gue ontem adé zonhei gue bibia num baís onde o goberno valzifigava gurrígulos, onde habia gandidados a bresidende gom 6 azinaduras e onde ò vim de zemana o pezoal era prezo de manhã nos subermergados e à tarde em gasa. Zei dizer gue agordei dão aflidinho a penzar gue era berdade gue tibe de tomar logo a medigazão do dr macieira. Velizmende milhorei mas, belo sim, belo não, hoje mal xiguei ao tasco do tone manco bedi logo a bazina dele gue, num desfazendo, é de estalo. Mata gualguer bixo gue ze le meta à frende e bode-ze domar dodos os dias desde gue num seja mais do gue garravão e meio bor dia. É uma bazina gue dá dando efeido gue adé tamos a penzar mudar o nome do tasgo para Infartinto. Avinal já tamos no Borto e bor izo num há risgo de sermos deslogados.


À Voza,

Zé ramadaz

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

É MEDIÁTICO


Se escreveres sobre o amor

Com a leveza de uma pluma

Fazem-te logo o favor

De não te ligarem nenhuma


O melhor é seres maroto

E agradar ao pessoal

Mete antes uma foto

De uma lady sensual


E se ainda assim não bastar

Não te for suficiente

Podes sempre publicar

O vídeo de um acidente


Também poderás fingir

Que estás muito emocionado

Sem te cansares de exigir

Mais desgraça ao desgraçado


Ou então podes mexer

Nos podres da vida alheia

É remédio, podes crer

Para engordares o pé de meia


Com o amor não percas tempo

O tempo agora é dinheiro

Não há tempo para o destempo

Que ser rico está primeiro

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

DUAS LÁGRIMAS DE ORVALHO


Por morrer uma andorinha não acaba a primavera mas hoje ficou sem cor. Lisboa já não é menina e moça, já se não vêem canoas no Tejo, o pregão só traz à porta tristeza e a estrela da tarde não voltará a brilhar. Chorai, chorai, poetas do meu país que o fado só se ouve nos gemidos das guitarras ou num silêncio sofrido dum verso do Ary. Os dias não passarão iguais aos dias que vão distantes e agora batem de dor tantos perfeitos corações.

Foi um homem na cidade

Que ao dizer adeus à vida 

Nos deixou o valor da liberdade

E nos deixou sós na despedida

DESEJO MUITA SAÚDE


Um ano não chega ao fim

Nem outro ano começa

Apenas um rio em mim

Nasceu e corre depressa


Leva-me na corrente

De um tempo que inventou

Nada diz que me oriente

E eu não sei para onde vou