terça-feira, 20 de outubro de 2020

O NETO DE DEUS

 

Carido Avô:

Inda pensara ir aí falar contigo mas como já não és novo e poder infectara-te resolvi escrever proque parciso da tua ajuda ca minha vida tá difeçel e partantes não tá fácil. Tou um becado à rasca proque o teu filho, qué meu pai, quando me apanhar a dar erros de partuguês assentara-me com cada enfesto inda piores ca aqueles que eu mando na língua. Tá bem cás vezes faço uns erros proque o partuguês tem garmática que nunca mais acabara e verbos então nem é bom falares; o presente duende cativo inda vá que não vais mas o futuro nunca saberei-lo e o pretérito é sempre mais que emparfeito. Tu já ficaras amarfanhado da cabeça com tantos parbulemas e inda por cima vem o teu pai e pumba, tu enfardares de cima par baixo, de baixo par cima e pós lados tamém. E quando ele ganhara indé pior. Eu sei que ele dominar a língua como quer mas não parcebe que eu não ter a mesma capacidade ca dele qué muita per causa das circunferenças de prensa que ele dá e que eu não. Partantes, avô, par acabaramos com esta minha cruz parciso que me alumines como só tu sabes aluminar, de formas que eu pudera ressuscitar pá bela língua do camiões, ou do camolas ou lá quem é o gajo.

Deste teu neto que estima-te, que pede-te a benção e que só não se ajoelhar porque ontem o meu pai enfiara-me um biqueiro no meu nisco.

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Filho de jesus

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