quarta-feira, 4 de maio de 2011

LUSOFILOSOFIAS

- Ó Itapu, tu sabe uma coisa?
- Ainda não, Libório.
- Ontem sentou um gajo de cá ó meu lado no metro.
- E aí?
- Falou para eu que não encontrava o sentido.
- Sentido do quê, cara?
- Começou a dizer que num sabia donde vinha nem para onde ia, pá.
- E cê?
- Eu disse para ele: - se tu num sabe donde vem, eu num posso fazer nada mas, se tu quiser ir para argum lado, eu posso ajudar tu.
- E ele?
- Disse que também num sabia quem era.
- E cê?
- Eu disse: - mau, mau, se tu num sabe donde vem, num sabe para onde vai e num sabe quem é, então tu num devia ter apanhado o metro, pá.
- E ele?
- Disse que eu num estava a preceber.
- E cê?
- Eu falei: - tu é que num tá, pá. Tu num sabe donde veio proque tu veio do tasco, tu num sabe quem é proque tu tá ramado e tu num sabe para onde vai proque tu já num lembra onde é a tua casa.
- Boa, bicho. Quem seria o cara?
- Cá pra eu, estudante da queima, pá.

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