terça-feira, 24 de maio de 2011

CAMPANHAS (DAS) VELHAS

- Estou consoladinha, filha.
- Também eu.
- Dei para cima de 150 Kisses.
- Eu outros tantos.
- E mais de 50 xis.
- Ai ninas!
- Eu cá agarro-os pela cintura e nunca mais os largo, filha.
- Às vezes dá-lhes para correr. Obrigam-me a entrar de carrinho.
- O africano tentou fugir-me uma vez mas fiz-lhe uma pega de cernelha que nem ai disse.
- Quantos enfiaste a esse, filha?
- Doze. Onze na bochecha esquerda que é onde ele gosta menos e um ao centro, na penca.
- Dos normais?
- Não. Dos repenicados.
- Sabes, filha, ontem apanhei o da lavoura.
- Quem?
- O que diz que gosta dos lavradores, dos pobrezinhos mas depois trata a família e os amigos por você.
- Que lhe fizeste?
- Imobilizei-o com uma gravata e enfiei-lhe tantos dos rechonchudos que até ficou roxo.
- Estás em grande, filha!
- Quando parei, o pincelito de cabelo que ele tem a tapar a careca estava todo em pé. Parecia ougado.
- O mais difícil para mim foi o que diz que é engenheiro. Não queria.
- Como é que foi?
- Meti-lhe um joelho nas costas, puxei-o para trás e disse-lhe: - Põe-te manso.
- E ele?
- Respondeu que manso era a minha tia mas não teve tempo para mais. Enfiei-lhe 15 dos lambuzados com batom rosa que até andou de lado.
- E depois, filha?
- Só o larguei quando me deu todos os porta chaves e todas as canetas que tinha.
- Eu, filha, estou cheia de sacos plásticos. São bons para o lixo.
- Olha, amanhã vou aplicar uma técnica nova que me ensinou o meu neto.
- O mais novo?
- Não, o que anda no râguebi.
- Boa, filha. Agora vamos para dentro que à noite refresca.
- E este tempo é desgraçado para os ossos.
- Boa campanha para amanhã, filha.
- Igualmente, filha.

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