sábado, 26 de março de 2011

PUXÓLUSTRO!

Tinha faro para o negócio. Dissessem o que dissessem tinha. Enquanto choveram os milhões da Europa dedicou-se aos stands de carrões que faziam salivar os novos ricos. A seguir investiu no negócio dos carinhos e abriu casas que encheu com os clientes dos stands e com brasileiras de sonho europeu desfeito. Quando a crise se levantou ameaçadora lançou-se nas lojas dos trezentos onde manteve os clientes que conquistara, que já não eram tão novos nem tão pouco ricos. Com a crise a rosnar descobriu a consultoria financeira para rentabilizar os despojos da abundância perdida. Por lá atendeu muitos dos seus pobres clientes. Com a crise a ladrar feroz entrou no negócio da compra de ouro mas a concorrência não lhe deu tréguas e à sua antiga clientela já nem as alianças restava. Felizmente, para além de esperto, era inteligente. Nunca abrira mão do negócio inicial; uma loja de escovas na baixa da cidade. Um negócio imune a crises e com uma procura incessante. Até o seu empregado, quem sabe influenciado pelo ramo de actividade, não se cansa de lhe repetir: - O Chefe é o maior!

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