quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DÁ-SE QUE É ASSIM

Que falta de sorte a minha
Ter de escrever à madrinha
No meu português foleiro
Mas dá-me jeito o dinheiro

As palavras são madrastas
Fogem-me para trás das rastas
E por lá brincam e dançam
Tanto que até me cansam

Nenhuma pousa na folha
Que para mim tão branca olha
E me diz: - Ó Benjamim
Falta tanto para o fim

Para mostrar boa atitude
Começo pela saúde
Oxalá passasse bem
Passasse quantos esses tem?
Ou serão cês de cedilha?
Esta língua só me quilha

Falo do Curso a seguir
Mas ter-lhe-ei de mentir
E esses hífenes vilões
Agravam-me as confusões
Será um ou serão dois?
Deixo isso para depois

Sobre o vestido de xita
Que há muito gastei a guita
Invento que já não há
Com agá ou sem agá?
Para o caso tanto dá

Que perceba é o que interessa
E que envie bem depressa
O sustento ao afilhado
Afilhado, tudo junto ou separado?

Despeço-me enfim com saudade
Do tamanho da habilidade
Que tenho para aldrabar
E por cá fico a mandriar

Esta vida de estudante
Tem coisas boas e más
Esqueço a escrita esgotante
E entorno uns copos em paz

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