Ai que é tirano
Ai que é cruel
Ai que é desumano
E nos encarquilha a pele
Ai põe-nos velhos
Ai põe-nos de gatas
Ai as dores nos joelhos
Mais as cataratas
Ai que nos faz mal
Ai que nada o segura
Ai que nos tira o sal
E solta-nos a dentadura
Ai o cabelo é saudade
Ai a careca que o diga
Ai o que leva em mocidade
Dá-nos de sobra em barriga
O tempo, esse ladrão
Rouba-nos a beleza
Tira-nos a ilusão
Deixa-nos a fraqueza
E temos de o sofrer
Como pobres mortais
Que não podem renascer
Todos os natais
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