A custos actuais uma máscara de protecção facial descartável custa cerca de 1 EUR e uma reutilizável cerca de 3. Se eu sugerisse ao nosso governo, que se diz tão temeroso da pandemia, que oferecesse ou vendesse a preços simbólicos as máscaras à população portuguesa seria por certo crucificado. Em primeiro lugar porque a população portuguesa é muito numerosa, muito mais do que a do Liechtenstein, do que a de Andorra ou do que a do próprio Mónaco. Depois acusar-me-iam de estar a boicotar a indústria têxtil nacional que tão rapidamente viu nas máscaras uma excelente oportunidade de negócio para poder continuar a facturar em boa escala, mantendo as costureiras ocupadas com salários mínimos. Finalmente condenar-me-iam por não perceber que o imposto incorporado no preço das máscaras sempre ajuda a tapar a lixeira do novo banco ou a das empresas que, distribuindo avantajados lucros, mantêm em lay off centenas de empregados. Pelo sim pelo não, o melhor é nem pensar nisso e fazer a minha própria máscara. E já agora permito-me dar a mesma sugestão ao ministro da economia; que pegue na agulha e no dedal e faça também a sua. Mas que a faça em tamanho largo para lhe dar tanto para tapar a cara como, em dias de sol, lhe tapar a careca. Eu sempre tive o sonho de ver um ministro amish.
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