Digníssimo sr dr primeiro ministro antónio costa,
Dirá v. exa. que aliviamos o semelhante de forma reiterada, que o sacamos com contínua regularidade ou que, enfim, damos à palmada. Se forem essas as palavras escolhidas por v. exa. para nos classificar, impõe a nossa honestidade subscrevê-las sem reserva. Seja nas ruas ou nos transportes públicos, seja nas lojas ou no futebol e de forma geral em todo o lado, diáriamente nos esforçamos por merecer a sua douta classificação. Far-nos-á, porém, v. exa. a justiça de reconhecer que nunca extravasamos a nossa esfera profissional nem ousamos pôr em risco o ganha pão de ninguém. Não podemos concumitantemente admitir que gente sem escrúpulos, lançando mão de concorrência desleal, roube os nossos legítimos e merecidos interesses. No caso em apreço toda a nossa associação foi lesada. Marcado um almoço convívio para ontem, não pôde o referido ser levado a cabo porque o nosso associado, toninho mãozinhas, incumbido de levar o grelhador, dirigiu-se a uma grande superfície mas não logrou concetizar a tarefa por ter sido deslealmente impedido.
De forma alguma podemos permitir que em vez dos bens só lhes encontremos o lugar e muito menos que tais despautérios sejam da autoria daqueles que têm por obrigação prender-nos.
Apelamos por isso a v. exa. que se digne elevar os padrões de exigência profissional dos seus subordinados equiparando-os pelo menos aos nossos, para que o país possa progredir em saudável equilíbrio entre polícias e ladrões e não entre ladrões polícias.
Antecipadamente grato, apresento a v. exa. os mais respeitosos cumprimentos.
Aurélio micador
ABAFA - Associação dos Beneficiários de Aldrabices Furtos e Afins
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