Tinha-os todos. Não lhe faltava nenhum. Começou pelos amigos, passou aos conhecidos e aos desconhecidos. Nunca mais parou. Acumulou-os por ordem de gravidade. A pequena burla, a burla maior, a falsificação. Desceu ao suborno, à chantagem, ao tráfico de influências. À associação criminosa, à lavagem de dinheiro. Desceu sempre que subia. Subiu ao fundo. Dava-se com altas direcções, alta finança, alta política e com aristocratas altos de finanças baixas. Fez-se à fama e converteu-se num vendedor televisivo de opiniões e de best sellers sobre o sucesso pelo trabalho. Do alto dos seus colarinhos brancos fustigava os golpes baixos da corrupção, enquanto zurzia teias cada vez mais altas para prender gente baixa. Elegeu a luta contra os corruptos como a mais alta das prioridades. Alguém do alto achou que sim. Hoje ocupa um dos mais altos cargos na Alta ansiedade contra a corrupção. Já se fala que poderá vir a ser o próximo presidente. Quem o conhece considera que tem o perfil adequado. É alto.
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