quinta-feira, 21 de março de 2013

SUPERES PODERES


A brisa da noite penteava-lhe a longa capa, acentuando a sua figura imponente. Recolheu a mão do queixo, vincou os cantos da boca e olhou uma vez mais para baixo. Lá estavam eles. Pequenos, quase insignificantes, a lutar. Tinham doenças e guerras. Tinham políticos corruptos e tiranos gananciosos. Tinham oportunistas e escroques. Viviam fustigados pelo sofrimento e pela morte, mas continuavam a lutar. Viu homens e mulheres enfrentarem armas por trabalho. Viu gente presa por se bater pela liberdade. Viu a desgraça, a miséria e o desespero no olhar de muitos. E continuavam a lutar. Sentiu-se fraco, muito fraco. Afinal não havia lugar para si naquele mundo de super homens. Levantou a cabeça, apontou os punhos para o céu e desapareceu na noite.

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