sábado, 10 de dezembro de 2022

ESQUIZOFRENIA

Aguarda a um canto da sala do hospital. Ninguém vem. Há muito que ninguém vem. Sente a indiferença a doer-lhe mais do que o mal que o consome. Pousa o olhar num ladrilho gasto do chão e vê um velho e uma vida que não vale. Ninguém vem. Lá fora um povo verga-se comovido ao choro de um multimilionário de chuteiras. Não vai poder continuar a acumular recordes de couros redondos dentro de redes penduradas em ferros. Quanto muito juntará mais uns milhões a vender shampôs contra a caspa.

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