Tenho uma ideia. Na realidade tenho até várias ideias mas nenhuma comprovada cientificamente o que me faz incorrer no risco de ser equiparado ao antigo maluco que tinha a mania que era sinaleiro e que a partir da esquina de um cruzamento movimentado comandava o mundo sem mandar em ninguém. Essa equiparação também não tem comprovação científica, felizmente para mim. Mas vamos à tal minha ideia; estou convencido que quando o órgão sexual masculino estabelece ligação directa com o cérebro do homem enrijece-o; ao invés quando é o órgão sexual feminino a assegurar idêntica ligação ao cérebro da mulher, tende a amolecê-lo. É aí que entra a parafernália de especialistas, desde psiquiatras, a psicólogos, de sexólogos a astrólogos e até a benzedores de partes baixas. Muitos deles aproveitam-se para moldar o cérebro feminino, como se de plasticina se tratasse, à dimensão da capacidade normalmente espaçosa da sua carteira.
Era previsível que a prisão domiciliária a que a maioria de nós foi sujeita produzisse efeitos nefastos no que ao assunto em apreço concerne. Vai daí os garbosos especialistas trataram logo de ganhar visibilidade que nos tempos que correm é garantia certa de bons rendimentos e consequentemente tudo têm feito para, como agora se diz, "aparecer para ajudar". Um deles já ministra a sua catequese sexual até à exaustão nas rádios e nas televisões há muito e até já assumiu o papel de comentador de futebol, talvez porque o clube dele estivesse com dificuldades de erecção, não sei.
Quem discordar desta minha ideia controversa e, obviamente, falível e quiser desconfinar umas notas valentes para escutar as palavrinhas que quer ouvir para se sentir melhor consigo próprio, esteja à vontade. Pela minha parte vou continuar a preferir que o meu cérebro enrijeça e no dia em que tal deixar de acontecer calço umas lindas luvas brancas e vou comandar o mundo a partir da esquina de um cruzamento qualquer.
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